Diretoria eleita em Assembleia Geral dos associados assumirá no dia 1º de setembro

Rogério Nunes: reeleito presidente da ABISEMI
12.08.2021
O engenheiro Rogério Nunes, presidente da SMART Modular Technologies, assumirá no próximo dia 1° de setembro mais uma gestão à frente da Presidência da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI). Com sede em Brasília, a entidade (www.abisemi.org.br) congrega as principais empresas de semicondutores do País, além de instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento com atuação na área.
Rogério Nunes foi reeleito para o biênio 2021-2023 em eleição ocorrida na Assembleia Geral Extraordinária de associados realizada no último dia 02 de agosto e terá como agenda prioritária a extensão dos principais benefícios do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS) que expirarão em janeiro de 2022.
Esse desafio, fundamental para o crescimento do setor de semicondutores no Brasil, será compartilhado com o vice-presidente Alex Ferreira de Melo e com os diretores Paulo Afonso Frias Trindade Júnior e Edelweis Ritt, representantes da Multilaser, Adata e HT Micron, respectivamente, também eleitos na ocasião.
A ABISEMI defende a equalização do prazo de validade das políticas para o setor de TICs contempladas no âmbito da nova legislação do setor, a Lei nº 13.969/19. Enquanto a Lei de Informática vigorará até dezembro de 2029, parte dos benefícios do PADIS expirará em janeiro de 2022. As iniciativas nessa direção serão coordenadas em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletroeletrônica (Abinee).
Segundo Rogério Nunes, o PADIS viabilizou a implantação de uma indústria de alta tecnologia com a instalação de empresas que atuam no design e na manufatura de chips tornando o Brasil uma referência tecnológica no mundo. Implementado em 2007, o Programa equilibrou os custos de importação dos insumos e de produção, incluindo máquinas e equipamentos produtivos, e tornou a produção nacional competitiva localmente.
O vice-presidente da ABISEMI, Alex Melo, avalia que a revalidação do PADIS significará para os principais players deste setor no mundo que é viável fazer investimentos no Brasil, com a atração de novas empresas ou mesmo a ampliação da capacidade de produção daquelas já existentes atualmente. “Isso propiciará a diversificação dos produtos atualmente fabricados aqui para que outras indústrias, além dos fabricantes de eletroeletrônicos, sejam também atendidas e empreguem em seus produtos os chips ‘made in Brazil’”, salientou.
Indústria de semicondutores brasileira
O Brasil desenvolveu nos últimos 15 anos uma indústria de semicondutores de última geração que abastece a boa parte da demanda da indústria local de componentes destinados a produtos e equipamentos eletroeletrônicos, com bens de altíssimo valor agregado. Cerca de 90% das TVs, telefones celulares e computadores vendidos no Brasil contam com produção nacional com o mesmo nível tecnológico encontrado no exterior, e com os mesmos índices de qualidade.
O setor nacional atua principalmente na preparação do wafer de silício (ou bolacha de silício) com afinamento, corte, montagem, encapsulamento e teste, que consistem nas etapas finais do processo de produção de semicondutores e com maior capilaridade hoje no mundo. Também possui expertise no desenvolvimento de projetos de semicondutores, que consiste na primeira etapa necessária para a produção de chips.
Nesse contexto, o segmento de memórias consiste no principal item produzido pela indústria de semicondutores nacional cujo market share é de 40 a 50% do mercado nacional de memórias para celular e de 75% do mercado nacional de memórias destinadas a computadores.
A indústria de semicondutores nacional gera cerca de 2,4 mil empregos diretos altamente qualificados - centenas de técnicos, engenheiros, mestres, doutores e pesquisadores e já investiu U$S 2,5 bilhões em bens de capital, infraestrutura de produção, capacitação de recursos humanos e P&D.
Em 2020, obteve um faturamento de R$ 3,1 bilhões principalmente com a produção de memórias da mais alta tecnologia, aplicadas em computadores pessoais, smartphones e servidores. Rogério Nunes avalia que o seu potencial de crescimento é ainda muito grande pois o mercado nacional de semicondutores é da ordem de US$ 10,7 bilhões, representando cerca de 2,6% do mercado mundial.
Economia de escala
Na visão do recém reeleito presidente da ABISEMI, a indústria nacional de semicondutores já tem “economia de escala” e dispõe de conhecimento, capacidade tecnológica e de investimentos, além de recursos humanos para atendimento da demanda crescente de semicondutores, inclusive em áreas não atualmente atendidas, como é o caso do setor automobilístico nacional.