Anúncio foi feito pelo Governo em Seminário sobre a cadeia internacional de semicondutores e o Brasil promovido pelo MRE          

Foto: Divulgação MRE

Aumentar a participação do Brasil no mercado mundial de semicondutores de 2% para 4%, num prazo de até vinte anos, e ampliar a cadeia de valor por meio da diversificação do back-end e atração de investimentos de front-end. Essas estão entre as principais metas do Plano Brasil de Semicondutores que deverá ser publicado nos próximos dias pelos Ministério da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O anúncio foi feito durante o Seminário “A Cadeia Internacional de Semicondutores e o Brasil” promovido pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) no dia 27.04, em Brasília. O evento também foi transmitido pelo canal do youtube da Fundação Alexandre de Gusmão e está disponível na íntegra neste link

As discussões para a elaboração do Plano Brasil de Semicondutores ocorrem desde o ano passado, por meio da iniciativa Made in Brasil Integrado (MiBi), e envolvem diversos membros do Governo Federal, entidades empresariais e científicas do país, dentre elas a Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI).

Os principais eixos dessa iniciativa envolvem a desoneração da cadeia produtiva de semicondutores; apoio à pesquisa e Desenvolvimento (P&D), crescimento da demanda interna; regime aduaneiro especial; capacitação de recursos humanos; acesso a financiamento e Capex. As ações estão previstas para execução no médio e no longo prazo.

Nessa direção, a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques Consentino, também anunciou que o Governo Federal deverá publicar já na metade deste ano uma medida provisória para modernizar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS) e a Lei de Informática. O objetivo é desonerar a cadeia produtiva e simplificar a entrada e saída de materiais do país.

O Seminário “A Cadeia Internacional de Semicondutores e o Brasil” reuniu ao longo do dia 27.04  diversas autoridades políticas, empresariais e especialistas nacionais e estrangeiros para debater a cadeia de fornecimento internacional de semicondutores; o quadro regulatório e de políticas públicas; além do  panorama da indústria nacional.

Os principais ministérios e órgãos envolvidos diretamente com o tema participaram do evento e foram representados na cerimônia de abertura pelo ministro de Relações Exteriores (MRE), Carlos Alberto Franco França; pelo embaixador Rubens Barbosa; pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim; pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria; pela secretária do Ministério da Economia Daniella Marques Consentino; e pelo presidente da Apex Brasil, Augusto Souto Pestana.

Na ocasião, além das políticas púbicas direcionadas ao setor, também foram tratados temas como a centralidade da indústria de semicondutores para todas as atividades industriais; a aceleração da revolução digital e da demanda por semicondutores ocasionada pela pandemia de covid-19; e os impactos do shortage global nas cadeias industriais, em especial, o automotivo.

O seminário discutiu, ainda, as oportunidades inauguradas pela atual conjuntura para uma maior inserção do Brasil nessa cadeia produtiva, bem como pela necessidade de redução da dependência de suprimentos a partir de países asiáticos, que concentram 70% do faturamento mundial neste segmento.

Nesse sentido, destacou-se a relevância da indústria já estabelecida no país que em 2021 obteve um faturamento de R$ 4,5 bilhões, registrando um crescimento acima de 10% ano a ano. O setor também acumula investimentos de US$ 2,5 bilhões em infraestrutura, máquinas e equipamentos, além de R$ 830 milhões investidos em P&D, gerando patentes e conhecimento estratégico no Brasil.

A indústria de semicondutores brasileira atua principalmente na preparação do wafer de silício (ou bolacha de silício) com afinamento, corte, montagem, encapsulamento e teste, que consistem nas etapas finais do processo de produção de semicondutores e com maior capilaridade hoje no mundo. Voltada especialmente ao segmento de memórias, a indústria brasileira abastece a indústria de tecnologia da informação, atendendo cerca de 9% da demanda nacional por semicondutores.

O país também tem expertise no segmento de desenvolvimento de projetos de semicondutores, mas não na difusão dos wafers de silício, que consiste na etapa mais concentrada mundialmente. “Não precisamos ter todas as etapas de manufatura, mas precisamos estabelecer parcerias e conquistar inserção internacional para viabilizar o adensamento da cadeia e a penetração no mercado mundial”, salientou o presidente da ABISEMI durante o painel que abordou o panorama da indústria nacional.

Também participaram das discussões deste painel o presidente-executivo da Abinee, Humberto Barbato; o vice-presidente da Anfavea, Antonio Sergio Martins Mello; o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad; e o chefe do Departamento das Indústrias Intensivas em Tecnologia e Conectividade do BNDES, Ricardo Rivera de Sousa Lima.

A moderação do painel ficou sobe a responsabilidade da Secretária de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Glenda Lustosa. Acesse aqui apresentação feita pelo presidente da ABISEMI, Rogério Nunes, no evento.

 

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