Evento foi realizado pela Intel, no dia 13 de junho, em Brasília e discutiu desafios e oportunidades para a indústria nacional

15.06.2023
As oportunidades e desafios para o desenvolvimento da indústria brasileira de semicondutores no mercado local e internacional foram discutidas em painel que reuniu em Brasília representantes do Governo, do Congresso Nacional, do setor produtivo e de entidades representativas do setor de semicondutores do Brasil e dos Estados Unidos.
O evento foi promovido pela Intel, no dia 13 de junho, e abordou também as ações em curso em ambos os países para o desenvolvimento deste setor, que está no centro das inovações tecnológicas em todo o mundo. O painel contou com a participação da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI).
O segmento de encapsulamento instalado no Brasil, capaz de atuar com chips avançados e de processar mais de 200 milhões de chips anualmente, pode liderar a inserção da indústria nacional de alta tecnologia no mercado mundial, na avaliação de palestrantes do evento.
Nesse sentido, pode atuar no oferecimento de serviços complementares atualmente prestados em grande parte pelos países asiáticos, especialmente no segmento de encapsulamento. O País também atua no segmento de design de circuitos integrados. Destacou-se ainda que o Brasil ocupa posição geopolítica relevante para se inserir neste concentrado mercado mundial.
O desenvolvimento do setor de semicondutores nacional é objeto de reflexões ocorridas desde 2021 no âmbito da iniciativa Made Brasil Integrado (MiBI). Trata-se de uma rede Colaborativa para Aumento da Produtividade e da Competitividade do Setor Automobilístico Brasileiro que reúne órgãos de governo, entidades empresariais e representantes do setor acadêmico.
Dentre outros temas, o MiBI discute alternativas para mitigar os riscos do desabastecimento de componentes para o setor automotivo no país, que foi fortemente afetado pela escassez de semicondutores durante a pandemia de covid-19. Dessas reflexões resultou na elaboração do Plano Brasil de Semicondutores em vias de ser publicado pelo Governo Federal.
Segundo a diretora institucional da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI), Rosana Casais, a indústria de semicondutores brasileira obteve um faturamento da ordem de US$ 1 bilhão em 2022. O setor já investiu no País cerca de R$ 850 milhões em atividades de pesquisa e desenvolvimento, gerando patentes e conhecimento estratégico no Brasil.
Rosana Casais destacou na ocasião que o mundo vive no momento um dos maiores ciclos de investimento em novas fábricas de semicondutores desde o desenvolvimento do primeiro circuito integrado. “O domínio dessa indústria é uma questão de interesse econômico e tecnológico nacional para os países”, justificou.
Nos Estados Unidos, a Lei de Chips aprovada em 2022 prevê recursos da ordem de 52 bilhões de dólares para subsidiar e incentivar a indústria de semicondutores do país norte-americano. Segundo o presidente da Associação da Indústria de Semicondutores do EUA (SIA), John Neuffer, três quartos dos chips consumidos no mundo são processados no continente asiático.
Atualmente, os EUA são responsáveis por 12% da produção mundial, enquanto que na década de 90 esse percentual era de 37%. Na avaliação de John Neuffer e da Subsecretária Adjunta de Manufatura e Indústria do Departamento de Comércio Americano, Heather Evans, é preciso tornar a cadeia de semicondutores mais resiliente, com o estabelecimento de parcerias ao redor do mundo. “Até 2030, esse será um mercado de 1 trilhão de dólares”, salientaram.
Painelistas

O painel contou também a participação do diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Luciano Mazza; da presidente da Intel no Brasil, Cláudia Muchaluat; e da Vice-Presidente de Operações Globais da Cadeia de Suprimentos da Intel, Jackie Sturm; e do deputado federal Vitor Lippi.
Participaram, ainda, o Secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira; o Secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Henrique Miguel; e o Diretor Institucional da Stellantis na América do Sul, Antônio Sérgio Mello. As discussões foram mediadas Diretor de Assuntos Governamentais da Intel Brasil, Emilio Loures.